domingo, 9 de junho de 2013

MONTE TAMBORA — O DESPERTAR MILENAR

Uma das maiores erupções vulcânicas já registradas na história escrita, ocorreu em 1815 na ilha de Sumbawa, localizada a leste de Bali, no arquipélago indonésio. Depois de ficar adormecido por milhares de anos, o Monte Tambora sofreu uma série de explosões vulcânicas ao longo de um período de dez dias, que emitiram surpreendentes 125 km³ de magma fundido e escombros vulcânicos. (Para se ter uma ideia, isso é vinte vezes o volume de material produzido pela erupção do Monte Santa Helena — clique aqui para ler sobre o Monte Santa Helena — em 1980.) No processo, os 1.500 metros do topo do vulcão, explodiram, produzindo um gigantesca cratera com 700 metros de profundidade e 6 km de largura.



Tambora é o exemplo de uma Erupção Pliniana (assim denominada porque o escritor romano Plínio foi o primeiro a observar o fenômeno durante a erupção de 79 d.C do Vesúvio). Os traços distintivos são uma coluna elevada de cinzas, gases e fluxo piroclástico mortais que eliminam tudo o que estiver em seu caminho. No caso de Tambora, a coluna eruptiva ergueu-se por mais de 40 km em direção à atmosfera, enquanto os fluxos piroclásticos destruíam grande parte da ilha e cerca de 92 mil pessoas sofreram mortes terríveis. Um espesso tapete de cinzas cobriu a ilha, matando os animais e as plantações, destruindo assim, toda a vegetação de Sumbawa e de ilhas vizinhas.


A explosão, que acreditava-se ter sido causada por um acúmulo maciço de pressão depois que águas oceânicas penetraram em fissuras da crosta terrestre e reagiram com o magma localizado nas profundezas da câmara vulcânica, nos anos seguintes levou a quedas de temperatura no mundo inteiro. Popularmente, 1816 ficou conhecido como "o ano sem verão".

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