sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

1986 — A EXPLOSÃO DO LAGO NYOS: EVIDENTE TRANQUILIDADE QUE ESCONDIA UM PERIGO MORTÍFERO

Em agosto de 1986, um viajante fez seu trajeto de bicicleta desde a vila remota de Wum, em Camarões, em direção à vila vizinha de Nyos. A pista de barro estava atipicamente tranquila aquele dia, e quando ele encontrou um antílope morto, amarrou-o à bicicleta. Não demorou muito e ele percebeu que havia animais mortos por todos os lados. O homem concluiu que eles provavelmente haviam sido mortos por raios e seguiu viagem. Ao chegar ao pequeno vilarejo, decidiu perguntar se alguém sabia o que havia acontecido. Ao entrar na primeira cabana, para seu espanto, ele percebeu que todos estavam mortos. O mesmo aconteceu em todas as cabanas em que ele entrou. Em total desespero, ele voltou o mais rápido possível para Wum.

Lago Nyos. Foto datada de 23 de agosto de 1986.

Quando chegou em Wum para contar a história, várias outras pessoas de Nyos e vilas vizinhas também já haviam chegado. Alguns relataram ter ouvido uma explosão, outros tinham sentido um enorme mau cheiro. Ainda desorientados, alguns contaram ter passado dias desacordados, e quando enfim acordaram, perceberam que familiares e amigos estavam mortos. Nyos era uma vila tão remota, que demorou dias para que a notícia da catástrofe chegasse ao mundo exterior.

Logo, uma delegação de cientistas da França e dos Estados Unidos chegou para tentar descobrir o motivo de tal fenômeno. À medida que a equipe de pesquisa se aproximava do lago, percebia-se que o número de cadáveres crescia, e, ao chegar ao lago, eles viram que as águas tinham uma coloração marrom que não era normal. 

Pesquisas científicas posteriores averiguaram que houve acúmulo de dióxido de carbono à uma pressão extremamente elevada no lago de origem vulcânica. Um deslizamento de terra provavelmente havia levado o gás a ser liberado no ar, envenenando e matando cerca de 1.800 habitantes do vilarejo.