sábado, 20 de julho de 2013

1931 — O ANO EM QUE A CHINA CENTRAL FICOU EMBAIXO D'ÁGUA

A maioria das enchentes são conhecidas pelo nome de um local ou de um traço geográfico. Na China, as enchentes são tão endêmicas que somente a data é relevante, e o ano de 1931 identifica o maior desastre natural do século XX. Cinquenta milhões de pessoas foram afetadas quando os três maiores rios da China se combinaram em uma enchente de proporções inimagináveis. A estimativa é de que 4 milhões de pessoas morreram.

Foto da China Central datada de Julho de 1931.

As planícies da China Central estavam se recuperando de dois anos de seca quando o inverno de 1930 trouxe fortes nevascas por toda a região até o Tibete. O degelo da primavera chegou com chuvas fortes que culminaram em não menos do que sete grandes ciclones somente durante julho, sendo a média de dois ao ano.

Hanyang, localizada em uma represa onde o rio Yangtze encontra o rio Han, foi a primeira cidade a ser inundada. Quatro represas que protegiam Wuchang se romperam e a água invadiu os muros da cidade. Wuhan, conhecida como "Chicago da China, tornou-se a "Veneza da China". Contudo, foi quando a enchente alcançou seu auge de 16 metros acima do normal, que a enchente tornou um mar na terra, isolando a então capital da China, Nanquim, em uma grande ilha rio abaixo.

Uma torrente do rio Huang He ao norte, inundou o antigo Grande Canal imperial, destruindo os diques que protegiam o lago Goayou, matando assim, 200 mil pessoas afogadas enquanto dormiam. Até mesmo depois que o pior passou, o desastre aumentou à medida que a região era dominada por doenças e fome. Quando a água recuou, o mundo ficou chocado. Era chegada, então, a hora da recuperação.

domingo, 30 de junho de 2013

JALAPÃO — O DESERTO BRASILEIRO

Paisagens exuberantes e exóticas, mistura de cerrado, savana e deserto, agreste e primitivo, o Jalapão é uma região quente e seca localizada à leste do estado do Tocantins e que esconde belezas irrefutáveis. 

O Jalapão é uma região árida pontilhada de oásis e tem área total de 34 mil km². Com temperaturas médias anuais em torno dos 30ºC, a área é uma das localidades de menor densidade populacional do estado, tendo essa, como atividades econômicas, a agricultura de subsistência, o extrativismo e a pecuária.


Com dunas quilométricas formadas pela atuação dos ventos e das chuvas num processo de evolução constante, o deserto possui em sua mata de transição, uma fauna bastante diversificada e inúmeros rios de águas cristalinas.

Com o ecoturismo em constante crescimento na região, o Deserto do Jalapão é um excelente roteiro para os amantes da natureza.


À quem interessar possa, segue link do site oficial do Deserto do Jalapão. Nele você encontra informações, dicas, vídeos, fotos e muito mais. http://jalapao.to.gov.br/

domingo, 9 de junho de 2013

MONTE TAMBORA — O DESPERTAR MILENAR

Uma das maiores erupções vulcânicas já registradas na história escrita, ocorreu em 1815 na ilha de Sumbawa, localizada a leste de Bali, no arquipélago indonésio. Depois de ficar adormecido por milhares de anos, o Monte Tambora sofreu uma série de explosões vulcânicas ao longo de um período de dez dias, que emitiram surpreendentes 125 km³ de magma fundido e escombros vulcânicos. (Para se ter uma ideia, isso é vinte vezes o volume de material produzido pela erupção do Monte Santa Helena — clique aqui para ler sobre o Monte Santa Helena — em 1980.) No processo, os 1.500 metros do topo do vulcão, explodiram, produzindo um gigantesca cratera com 700 metros de profundidade e 6 km de largura.



Tambora é o exemplo de uma Erupção Pliniana (assim denominada porque o escritor romano Plínio foi o primeiro a observar o fenômeno durante a erupção de 79 d.C do Vesúvio). Os traços distintivos são uma coluna elevada de cinzas, gases e fluxo piroclástico mortais que eliminam tudo o que estiver em seu caminho. No caso de Tambora, a coluna eruptiva ergueu-se por mais de 40 km em direção à atmosfera, enquanto os fluxos piroclásticos destruíam grande parte da ilha e cerca de 92 mil pessoas sofreram mortes terríveis. Um espesso tapete de cinzas cobriu a ilha, matando os animais e as plantações, destruindo assim, toda a vegetação de Sumbawa e de ilhas vizinhas.


A explosão, que acreditava-se ter sido causada por um acúmulo maciço de pressão depois que águas oceânicas penetraram em fissuras da crosta terrestre e reagiram com o magma localizado nas profundezas da câmara vulcânica, nos anos seguintes levou a quedas de temperatura no mundo inteiro. Popularmente, 1816 ficou conhecido como "o ano sem verão".

quinta-feira, 30 de maio de 2013

JIAJING — O MAIS MORTAL DOS TERREMOTOS JÁ REGISTRADOS NA HISTÓRIA

A província de Shannxi, no extremo norte da China, teve o destino pouco invejável de ter sofrido o terremoto mais mortal já registrado na história do planeta. Ele ocorreu no inverno de 1556, durante o reinado do imperador Jiajing. Com uma intensidade estimada em 8,0 na escala Richter, o terremoto destruiu uma área de 830 km²; em alguns condados, quase dois terços da população foi morta. O epicentro foi no vale do rio Wei, perto do monte Hua, e os abalos secundários foram sentidos durante seis meses.




A principal razão pela qual esse desastre natural causou uma perda tão catastrófica de vidas — estima-se que pelo menos 830 mil pessoas morreram — deve-se ao fato de que grande parte da população da cidade vivia em cavernas artificiais chamadas yaodongs. Elas haviam sido cavadas em depósitos porosos e instáveis que compunham as rochas e as encostas da área. Centenas de milhares morreram quando suas habitações primitivas foram destruídas em fração de segundos durante o terremoto.

O estudioso da época, Qin Keda, foi um dos sobreviventes, deixando para nós, um relato detalhado do terremoto, com uma descrição vívida de como os rios mudaram repentinamente de direção e novas massas de terra e corpos d'água se formaram. Também deixou as gerações futuras em dívida com ele por suas observações técnicas de sobrevivência. Qin dizia que o terremoto sempre foi um tragédia anunciada.

quinta-feira, 25 de abril de 2013

KILIMANJARO — UM MONTE COBERTO DE NEVE EM PLENA SAVANA


O Monte Kilimanjaro é um antigo vulcão que está localizado ao norte da Tanzânia, próximo à fronteira com o Quênia e é o ponto mais alto da África com 5.892 metros de altitude.

O complexo do Kilimanjaro inclui florestas circundantes que possuem uma rica fauna com espécies ameaçadas de extinção. Essa área foi considerada reserva de caça pelo Governo Colonial Alemão no início do século XX, mas em 1973, foi, por fim, declarado Parque Nacional e inscrito pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), como patrimônio da humanidade.

   


A montanha, que já serviu de cenário a um dos maiores clássicos de Hollywood - As Neves do Kilimanjaro (EUA 1952) - adorada por turistas e aclamada pela literatura, já não é mais a mesma. O monte já perdeu 97% da sua cobertura original e, segundo uma pesquisa da Universidade de Ohio, "A capa de neve que cobre o Kilimanjaro há mais de 11 mil anos, deve desaparecer por completo até 2015." Em um outro estudo, esse feito pela UNESCO, mostra que o degelo do Himalaia é tão acelerado que 44 lagos no Nepal podem simplesmente transbordar.

As "Neves do Kilimanjaro" são a principal atração turística da Tanzânia, que faz com que 20 mil estrangeiros visitem esse país todos os anos.
   

terça-feira, 19 de março de 2013

1980 — A DESCOMUNAL ERUPÇÃO DO MONTE SANTA HELENA

O Monte Santa Helena está localizado em Washington, e entrou numa violenta erupção no dia 18 de Maio de 1980. Após 127 anos de inatividade, o vulcão despertou e deixou em seus registros cerca de 57 vítimas. Com tremores registrados em 5,1 na Escala Richter, o Monte provocou danos ambientais numa área de 550km². As cinzas emanadas no fluxo piroclástico causaram problemas respiratórios à moradores que habitavam áreas num raio de 1550km de distância do vulcão. 




Devido à magnitude da explosão, o Monte sofreu modificações geológicas em sua estrutura, como por exemplo em sua altura, que houve uma redução de 400m, e em seu diâmetro, onde houve um aumento de cerca de 2km.


Eu indico:

Documentário.
Título: Monte Santa Helena.
Emissora: History Channel. 
Duração: 45min.

domingo, 3 de março de 2013

KRAKATOA — A FÚRIA DE UM VULCÃO


Considerada a pior erupção vulcânica que se tem registro na história do planeta, o vulcão Krakatoa, situado na ilha do Estreito de Sunda, entre Java e Sumatra, sofreu aterrorizantes erupções na manhã de 27 de Agosto de 1883. Sua sucessão de erupções durou aproximadamente 23 horas e sua devastação deixou cerca de 36 mil mortos. Os inúmeros maremotos que ali se deslocaram, criaram ondas de aproximadamente 40 metros de altura que varreram do mapa cerca de 295 cidades. A explosão atirou pedras-pomes à 27 km de altitude, e o som da última e grande explosão foi ouvida à 5 mil quilômetros, produzindo assim, o maior barulho registrado na história.



Os efeitos atmosféricos da catástrofe, como poeira e cinzas liberadas no fluxo piroclástico, causaram transformações na atmosfera do planeta. A exemplo disto, está a súbita queda da temperatura global, e a intervenção no ciclo do nascer e pôr do sol, causando assim, escuridão plena durante 18 meses em boa parte do planeta. Todas as formas de vida animal e vegetal da ilha foram destruídas, pois, sem irradiação solar penetrando na camada atmosférica, não há fotossíntese e as condições de vida da fauna e da flora são intensamente prejudicadas, o que acarretou, também, em severas crises de fome ao redor do globo. Por conta das explosões, vários tsunamis ocorreram em diversos pontos do planeta, fazendo assim, com que a devastação fosse persistentemente maior. Atualmente, na região da cratera, há uma nova formação rochosa em andamento chamada Anak Krakatoa (filho do Krakatoa), que já possui mais de 800 metros de altura, sendo que a cada ano aumenta aproximadamente 5 metros.

Cientistas afirmam que Anak Krakatoa pode ser muito mais poderoso que Krakatoa. Com a antiga explosão, os três montes foram transformados em um só, criando assim, uma caldeira que chega a 50km subterrâneos. Um gigantesco depósito de lava. Acredita-se que Anak Krakatoa venha a atingir altura próxima a de seu pai, e se uma erupção daquela dimensão acontecer, parte da população mundial e grande parte da fauna e da flora terrestre, morrerá. 



Eu indico: 

• Livro.
Título: Krakatoa – O Dia em que o Mundo Explodiu.
Autor: Simon Winchester.
Ano: 2003.
Preço: em média R$ 58,00.
Páginas: 430.

• Filme.
Título: Krakatoa – O Inferno de Java.
Diretor: Benard L. Kowalski.
Ano: 1969.
Duração: 131min.

• Documentário.
Título: O Super Vulcão Krakatoa.
Emissora: BBC.
Duração: 43min.