domingo, 31 de agosto de 2014

1951 — ERUPÇÃO DO MONTE LAMINGTON

O mundo e quase tudo que existia nele não chegava nem perto de estar tão bem documentado nos anos 1950 quanto é hoje, e em janeiro de 1951 ninguém suspeitava que o monte Lamington, de Papua-Nova Guiné, era um vulcão, e muito menos que eles estava prestes a entrar em erupção.


Não obstante, era isso que acontecia, e com um efeito terrível. O evento teve início no dia 18 de janeiro, com os habitantes locais observando bombas vulcânicas brilhantes, pequenos deslizes de terra, emissões de cinzas e trovões em volta da montanha. Mas ninguém achou que seria necessário informar aos vulcanólogos do governo australiano sobre as curiosas ocorrências, e muito menos considerou o que elas poderiam indicar. Na verdade, dirigentes complacentes desencorajaram observadores apreensivos a deixarem a área.

Foto datada de 1951.

Três dias depois, às 10:40am, uma explosão barulhenta foi ouvida a 320km de distância. A explosão destruiu o lado da montanha e fluxos piroclásticos mataram tudo que havia dentro de uma área de 525km² ao redor do monte Lamington. A devastação não se espalhou uniformemente, alcançando até 12km em algumas direções, mas apenas 6km em outras. A força do vulcão pode ser julgada pelo fato de que na estação do distrito de Higaturu, a 10km de distância da erupção, um jipe foi erguido do chão e arremessado contra uma árvore, ficando preso nos galhos. Foram milhares de mortes, provocadas pelo choque da explosão ou por uma incineração instantânea causada pela nuvem piroclástica superaquecida que saiu do lado destruído da montanha.


O trabalho de resgate foi atrapalhado pela fumaça e pela poeira sufocante, enquanto o trabalho de limpeza era continuadamente ameaçado pela atividade vulcânica, que não cessava. Explosões e tremores menores ocorreram ao longo de janeiro e fevereiro, e no dia 5 de março uma explosão secundária produziu um fluxo de lava que viajou 14km, incendiando tudo que havia em seu caminho.

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

1986 — A EXPLOSÃO DO LAGO NYOS: EVIDENTE TRANQUILIDADE QUE ESCONDIA UM PERIGO MORTÍFERO

Em agosto de 1986, um viajante fez seu trajeto de bicicleta desde a vila remota de Wum, em Camarões, em direção à vila vizinha de Nyos. A pista de barro estava atipicamente tranquila aquele dia, e quando ele encontrou um antílope morto, amarrou-o à bicicleta. Não demorou muito e ele percebeu que havia animais mortos por todos os lados. O homem concluiu que eles provavelmente haviam sido mortos por raios e seguiu viagem. Ao chegar ao pequeno vilarejo, decidiu perguntar se alguém sabia o que havia acontecido. Ao entrar na primeira cabana, para seu espanto, ele percebeu que todos estavam mortos. O mesmo aconteceu em todas as cabanas em que ele entrou. Em total desespero, ele voltou o mais rápido possível para Wum.

Lago Nyos. Foto datada de 23 de agosto de 1986.

Quando chegou em Wum para contar a história, várias outras pessoas de Nyos e vilas vizinhas também já haviam chegado. Alguns relataram ter ouvido uma explosão, outros tinham sentido um enorme mau cheiro. Ainda desorientados, alguns contaram ter passado dias desacordados, e quando enfim acordaram, perceberam que familiares e amigos estavam mortos. Nyos era uma vila tão remota, que demorou dias para que a notícia da catástrofe chegasse ao mundo exterior.

Logo, uma delegação de cientistas da França e dos Estados Unidos chegou para tentar descobrir o motivo de tal fenômeno. À medida que a equipe de pesquisa se aproximava do lago, percebia-se que o número de cadáveres crescia, e, ao chegar ao lago, eles viram que as águas tinham uma coloração marrom que não era normal. 

Pesquisas científicas posteriores averiguaram que houve acúmulo de dióxido de carbono à uma pressão extremamente elevada no lago de origem vulcânica. Um deslizamento de terra provavelmente havia levado o gás a ser liberado no ar, envenenando e matando cerca de 1.800 habitantes do vilarejo.